20071031

chávez e eu

Do escasso que sei da Venezuela uma boa parcela foi adquirida nos últimos dias. Muita informação, pouca de qualidade. A generalidade dos relatos parecem-me demasiado comprometidos e polarizados; vejo dados incongruentes; leio algumas notícias-espectáculo sobre Chávez (soltei uma gargalhada perante o elogio ao modelo social bielorruso); falei recentemente com alguém que esteve de passagem pela parte rica de Caracas - noites faraónicas, carros blindados e dólares a rodos. Socialismo do século XXI ou não, acho sinistro que os meios de comunicação existentes sejam suprimidos em favor de algo análogo a uma “rede de jornalismo cívico”.
Por outro lado as maiorias eleitorais de Chávez têm sido claras e, em toda a parte, o povo deve ser soberano. Fazer o Banco Central depender do governo? Bom, se é isso que entendem ser melhor, força. Etiquetar com o oco epíteto de populista qualquer um que não nos agrade é sinal de preguiça ou de desonestidade. Ignoro até que ponto há uma oposição que constitua uma alternativa competente. E os latino-americanos têm razões para desconfiar dos Estados Unidos: muita merda os gringos fizeram no seu autoproclamado backyard.
É bastante frequente, no que toca a questões políticas, ver-me entalado entre duas (ou mais) partes que me desagradam. Acto contínuo, traslado o problema para uma perspectiva mais gnoseológica que valorativa. Neste caso, um dos meus interesses consiste em saber que oligarquia substituiu a anterior. O Le Monde (não é grátis) fornece algumas pistas. Primeira: Arne Chacón, irmão do ministro, comprou metade do Baninvest, o principal banco de investimento venezuelano. Segunda: Asdrubal Chávez, primo de vocês sabem quem, é vice-presidente da PDVSA, a empresa petrolífera nacional.

2 comentários:

Anónimo disse...

Olá João

Vim espreitar este teu novo sitio..para saber como estava a ser o teu primeiro mês em Madrid.
Temos pensado em ti, se estás bem e o Paulo vai escrever-te um mail com as novidades do lado de cá.

Espero que estejas bem.A absorver tudo. temos saudades tuas.
Vamos tentar ir aí ver-te,logo que tenhamos dinheiro (e carro..).

Um beijinho, Sara

joão c. disse...

Olá Sara,
muito obrigado pelo simpático comentário. Espero que esse carro venha depressa, vocês vão gostar disto por aqui. As saudades, claro, são recíprocas.
Um beijo e até breve