20080226

facultad de ciencias políticas y sociología

Hoje tratei das últimas burocracias administrativas na Complutense. Foram uns meses bem passados. Tive bons professores, aprendi bastante e tornei-me amigo de meia dúzia de pessoas. Também foi curioso estudar numa faculdade tão radicalmente politizada. Venho da FCSH, uma instituição que conserva, ainda que de modo minguante, uma mística de insurreição esquerdista. Se a Nova já me parecia calma, depois deste semestre acho-a subserviente. O ambiente na Complutense atinge níveis de crispação PRECquianos.
O contexto do vídeo abaixo: Rosa Díez saiu recentemente do PSOE para fundar um novo partido, o Unión, Progreso y Democracia. Como se pode ler na apresentação do site, esta formação procura superar o "bipartidismo imperfeito" do sistema político espanhol. Um dos seus baluartes é contrariar o "abandono da coesão nacional" que está a ser levado a cabo para satisfazer o nacionalismo e as suas imitações regionalistas".
Esta posição enfurece muitos daqueles que foram meus colegas ao longo dos últimos meses que se acharam no direito (na obrigação!) de boicotar uma conferência de Rosa Díez. Ocupações de salas, interrupções de aulas e ruidosas marchas pelos corredores são métodos habituais de acção estudantil. O tom dos cartazes e dos gritos de ordem chega ao apocalíptico e ao maniqueísta. Fala-se muito em "assembleias abertas", "democracia participativa", "combate ao fascismo" e "fim da repressão". Reina um discurso de isolamento que raia o paranóico. A faculdade torna-se, como a aldeia de Astérix, o único foco de resistência ao invasor. "Fascistas fora de la Universidad", gritavam uns quantos que procuraram impedir a participação de Díez. A polícia veio até à porta proteger a saída da líder da UPD. "Policias asesinos, perros del capital" é, por sinal, uma das mensagens mais espalhadas pelas paredes do edifício.

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