Duas e meia da manhã no último andar de um prédio da rua de Atocha. Do terraço vê-se uma boa porção de Madrid e mais além. Como a topografia é pouco acidentada não há muitas oportunidades para desfrutar de panorâmicas. Aproveito, gosto de ver cidades de cima - a superfície inesgotável de telhados, antenas, estendais e campanários de Italo Calvino. A noroeste destacam-se a Gran Via e a Plaza de España; edifícios de inspiração nova-yorkina que aqui sobressaem e em Manhattan seriam minúsculos. Escalas.
Ela treme enquanto tira do bolso o maço de Lucky Strike. Pergunta-me se quero um. Faz tanto frio que me apetece, até porque ajudaria a enquadrar o silêncio que se adivinha. Hesito o suficiente para que ela perceba que não fumo. Não te dou, diz-me.
20071113
dois estranhos no terraço
por joão c. às 18:55
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1 comentário:
É giro como um cenário que a mim me parece tão reconfortante, excepto o frio claro está, te parecer hipotéticamente desconfortável. Silêncios, no tipo de situação descrita, funcionam para mim, como um género de tempero :X
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